“Precisamos fazer a integração sul-americana. É um mandamento constitucional brasileiro”, defendeu o secretário João Villaverde em evento no 7º Fórum Brasil de Investimentos.
Na última segunda-feira (28/10), o Ministério do Planejamento e Orçamento apresentou para agências de promoção de investimentos sul-americanas o projeto das 5 Rotas de Integração Sul-Americana no evento “ApexBrasil – WAIPA’s IPAs Meeting”. Paralelo ao 7º Fórum Brasil de Investimentos, o evento da Associação Mundial de Agências de Promoção de Investimentos contou com a participação de representantes das equipes econômicas de países da América do Sul como Paraguai, Guiana, Argentina e Chile.
O secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, explicou que as rotas vão possibilitar o aumento do comércio do Brasil com os países da América do Sul e reduzir tempo e custo do transporte de mercadorias internamente e com nações da Ásia. As rotas são Ilha das Guianas, Amazônica, Quadrante Rondon, Bioceânica Capricórnio e Porto Alegre-Coquimbó. O projeto nasceu após encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes da América do Sul, em maio de 2023.
“As rotas de integração sul-americana são uma política fundamental do Ministério do Planejamento e Orçamento que nós não fazemos sozinhos. Ouvimos cada um dos 11 estados brasileiros em áreas de fronteira. Em novembro do ano passado, o presidente Lula deu sinal verde para que apresentássemos as cinco rotas de integração sul-americana para os países sul-americanos e para os demais estados brasileiros. Fechamos uma carteira de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BNDES e outras instituições, com recursos disponíveis desde dezembro de 2023 para todos os países da América do Sul financiarem obras e projetos de infraestrutura dentro das cinco rotas de integração”, explicou.
Dentro do Novo PAC, existem 190 obras ligadas ao projeto das cinco rotas. São 40 hidrovias, 35 aeroportos, 21 portos, 65 rodovias, 15 infovias, nove ferrovias e cinco linhões de energia. Esses investimentos já estão previstos no orçamento, o que garante sua execução nos próximos anos. “São 12 ministérios envolvidos nessa iniciativa, sendo uma prioridade do governo brasileiro. A rota 2, a rota amazônica, será integralmente entregue durante a COP-30, em novembro do ano que vem. Ela vai promover a bioeconomia, além de incentivar o setor de serviços e a indústria”, afirmou.
O secretário também falou da importância das demais rotas, que vão ligar as Guianas (rota 1), e três estados brasileiros com o porto de Chancay, no Peru, reduzindo em 10 dias a viagem para Xangai, na China (rota 3). A rota 4 vai permitir a conexão entre os Oceanos Atlântico e Pacífico, ligando Brasil, Argentina, Paraguai e Chile. Por fim, a rota 5 vai interligar o Uruguai, a Argentina e o Chile, com o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
“Precisamos fazer a integração sul-americana. É um mandamento constitucional brasileiro. Há 200 milhões de brasileiros e brasileiras todo santo dia acordando, andando aqui, viajando e comprando. Existem mais 200 milhões de pessoas nos nossos países vizinhos somados. Então temos um outro Brasil do outro lado, disposto a viajar por aqui, enquanto nós podemos viajar para lá, fazer negócios, aumentar a renda e aumentar o comércio na nossa região. Ao mesmo tempo, a gente vai se aproximar do Oceano Pacífico e poderemos comercializar de forma mais barata com quem compra o que a gente tem vendido”, concluiu o secretário.
O MPO também foi representado no Fórum pela secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Renata Amaral. Ela mediou a mesa “Caminhos da Indústria para Inovação Sustentável”, que debateu temas como a “Nova Indústria Brasil” e caminhos para o país modernizar a indústria, integrando práticas e tecnologias sustentáveis.
Fonte: Ministério do Planejamento e Orçamento