Agricultura familiar está presente na alimentação escolar de 71% das cidades brasileiras

 

 

Tecnologia contribui para que índice avance ainda mais. A alimentação saudável e adequada é reconhecida como um componente essencial para o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, principalmente, para aqueles que tem a alimentação escolar como principal refeição do dia.

Algo que contribui para que as refeições atendam as necessidades nutricionais é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que, entre outras coisas, estabelece que no mínimo 30% dos recursos repassados pelo FNDE sejam utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar.

De acordo com o coordenador do Fórum Nacional dos Conselhos de Alimentação Escolar, Marcelo Colonato, o PNAE não só impulsiona a agricultura familiar, mas também beneficia os estudantes.

“Durante as nossas fiscalizações, percebemos que é muito importante aproximar os agricultores familiares das escolas para garantir alimentos de qualidade nas refeições e fazer com que o desempenho escolar siga melhorando seus índices cada vez mais”, elogiou Marcelo.

Segundo o FNDE, 3.966 dos municípios brasileiros, equivalente a 71%, cumpriram o percentual mínimo estabelecido pelo PNAE em 2022 para ofertar uma alimentação saudável e adequada, respeitando a cultura e as tradições locais, assim como, movimentando a economia e o desenvolvimento do município.

Para isso, muitos municípios realizam programas de apoio à agricultura familiar, fazem integrações com programas de desenvolvimento rural ou até mesmo celebram parcerias com cooperativas e associações.

Em Mato Grosso do Sul, a realidade é um pouco mais tecnológica. Desde 2014, a Secretaria de Estado de Educação utiliza o único software para gestão completa do PNAE e adquire alimentos além do percentual mínimo estabelecido pela legislação.

Com o apoio da tecnologia, o estado vem aumentando o índice de aquisições da agricultura familiar a cada ano. De 2015 para 2023, o crescimento foi de 34%, passando de 17% para 51%.

O diretor comercial da empresa que desenvolveu o software, Diego Ferreira, considera que essa evolução é possível devido a agilidade proporcionada pelo sistema e pelas análises dos dados em tempo real.

“O software automatiza muitas atividades manuais e facilita a rotina dos servidores, além de possibilitar o acompanhamento em tempo real do percentual de aquisições de agricultura familiar, auxiliando as Secretarias de Educação a cumprirem a legislação, fortalecendo a economia local e beneficiando os estudantes”, afirmou Diego Ferreira.

Para o agricultor familiar de Mato Grosso do Sul, Antônio Paulo Ribeiro, essa estatística é positiva e demonstra que é possível aumentar o fornecimento de alimentos provenientes da agricultura familiar.

“A agricultura familiar fornece aos estudantes alimentos da região que são mais frescos e saudáveis, mas apesar dessa estatística ser positiva, não podemos nos acomodar. Temos que ampliar a nossa produção para atender mais municípios e aumentar a participação da agricultura familiar na alimentação escolar”, avaliou