Desenvolvimento do Corredor Rodoviário Bioceânico depende de melhoria na governança

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Pesquisa identifica obstáculos na coordenação do projeto e propõe soluções para impulsionar a integração entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile

Foto: Edemir Rodrigues

A implementação eficiente do Corredor Rodoviário Bioceânico (CRB), a Rota Bioceânica ligará o Atlântico ao Pacífico, enfrenta desafios na coordenação e cooperação entre os países envolvidos. Segundo o estudo “Redes de atores e o seu papel no desenvolvimento de corredores: Diagnóstico e proposta de governança para o Corredor Rodoviário Bioceânico Mato Grosso do Sul-portos do norte do Chile”, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (4/8), apesar dos avanços na infraestrutura física, a falta de articulação entre os setores público e privado e a ausência de uma governança eficaz podem limitar o potencial de desenvolvimento regional do projeto.

O CRB  é uma iniciativa estratégica que atravessa o estado de Mato Grosso do Sul, o Chaco paraguaio, as províncias do noroeste argentino (NOA) e os portos do norte do Chile. Segundo o estudo, a fragmentação das instâncias regionais de cooperação na América do Sul tem dificultado a cooperação entre os atores envolvidos, comprometendo a integração econômica e o aproveitamento máximo dos benefícios desse corredor de desenvolvimento.

O texto para discussão destaca que, embora tenham sido feitos progressos na infraestrutura física do corredor, é fundamental fortalecer o projeto institucional e promover maior interação e cooperação entre os participantes. A gestão eficiente do corredor requer o engajamento de empresas, governos locais e nacionais para atrair maior fluxo de produtos e impulsionar o desenvolvimento regional nas áreas envolvidas.

Diante desse cenário, os autores do estudo propõem uma nova forma de governança, que inclui a criação de um comitê governamental, um conselho consultivo e um mecanismo de apoio.

Além disso, é sugerida a criação de uma rede de negócios do CRB, a disponibilização de um banco de dados com informações dos atores envolvidos e a realização de missões empresariais e treinamento técnico para fortalecer a participação do setor privado e impulsionar o desenvolvimento regional.

Para os pesquisadores do estudo, a proposta de governança busca integrar os diferentes atores envolvidos no CRB, promovendo a colaboração regional e a eficiência logística do corredor. Segundo eles, a implementação dessas medidas é essencial para transformar o CRB em um instrumento efetivo de desenvolvimento regional, estimulando o crescimento econômico e fortalecendo as relações comerciais entre os países do corredor.

Por fim, a pesquisa destaca a urgência de repensar a governança do CRB, avançando para acordos mais complexos e integrando todas as partes interessadas. Somente por meio de uma governança eficaz e da coordenação estratégica entre os atores envolvidos, será possível alcançar os objetivos declarados do Corredor Rodoviário Bioceânico, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico das regiões envolvidas e maximizando o potencial dessa importante rota de integração, concluíram os autores.

 

Acesse a íntegra do estudo

 

 

Fonte: IPEA

 

 

 

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