Ações na bacia do alto Taquari podem garantir serviços ambientais e combater as mudanças climáticas
Estudo realizado na bacia do rio Taquari, em Mato Grosso do Sul, constatou que a recuperação das pastagens poderá reduzir o escoamento superficial da terra em direção ao rio em 18% e o escoamento de sedimentos em 20%. Esses dados foram computados através de estudo realizado pelo Instituto Taquari Vivo (ITV) em parceria com a Salva Digital.
“Nossa função é fazer a interlocução entre os produtores rurais e as políticas publicas, para que juntos possamos trabalhar pelo desenvolvimento sustentável da região. Ações de recuperação de pastagens já estão sendo realizadas na região da bacia do Alto Taquari e iniciamos também um projeto para recuperação de áreas de preservação permanente e reservas legais, visando justamente maximizar esses resultados”, explica o diretor do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe.
Restaurando as Áreas de Proteção Permanente e Reservas Legais a redução na exportação de sedimentos foi estimada em 21% e o aumento no estoque de carbono na vegetação nativa em 5%.
“A conservação da vegetação nativa excedente é imprescindível para a qualidade ambiental da bacia e evidencia o potencial para implementação de projetos de REDD+ e outras iniciativas de Pagamentos por Serviços Ambientais na região”, pontua o diretor.
No Projeto Piloto do Córrego da Pontinha, realizado na região desde 2021 através das ações do PROSOLO, já atendeu cerca de 40 produtores rurais e implantou estruturas de contenção de erosão em mais de mil hectares, uma parceria da SEMADESC com ITV, Agraer, Prefeitura de Coxim, Cointa e Senar MS, com apoio financeiro do Bank of America e Bayer.
Sobre o Taquari
O assoreamento do rio Taquari em Mato Grosso do Sul teve início na década de 70, com a intensificação da agropecuária nos planaltos. Ao longo dos anos, comprometeu a biodiversidade aquática, sua navegabilidade e a vida dos ribeirinhos. Bancos de areia acumularam-se por toda a calha do rio, bloqueando a antiga hidrovia, impedindo o transporte de pessoas, dos insumos e da produção, chegando até a planície pantaneira.
O Instituto Taquari Vivo foi criado há dois anos com o objetivo de articular esforços para a restauração ambiental e produtiva da bacia do rio Taquari e promover o desenvolvimento sustentável do Pantanal.
Por Mayara Martins | Agroa