Com mais de 35 anos de serviço, este navio, com 39 metros de comprimento e 6 metros de largura, faz sua tradicional viagem de três dias todas as semanas, de Concepción a Bahía Negra, sendo durante décadas o único meio de comunicação com algumas cidades.
O Aquidaban é o barco mais esperado pelos habitantes de diferentes comunidades do Alto Paraguai, sendo até hoje o principal meio para levar produtos básicos como arroz, macarrão ou hortaliças às comunidades rurais e indígenas durante a época das cheias.
É um supermercado flutuante, mal consegue atracar em cada um dos portos fluviais. Os moradores acessam o térreo do barco, uma despensa onde vendem leite, farinha e cerveja, botijões de gás ou eletrodomésticos.
Os vendedores, em sua maioria nativos de Concepción, saem de casa durante os seis dias que dura a viagem de ida e volta, entre as caixas e produtos à venda.
Enquanto isso, no convés superior, os passageiros descansam em pequenas cabines e em redes de pano que pendem pelos corredores do navio, onde convivem indígenas, fazendeiros, empregados florestais e até mesmo algum turista estrangeiro.
Em períodos de cheias, este barco de madeira e aço pode transportar até 200 pessoas e suportar o peso de cerca de nove toneladas de mercadorias.
O navio que pertence à Família Desvars Concepcionera mantém assim uma tradição familiar que o avô iniciou na década de 1930, navegando o rio na Estrellita, continuando depois em diferentes gerações.
Paraguay Fluvial
Conheço o navio e toda sua história. Conheço a história de porto mortinho desde 1987 e navios como Aquidaban, Cacique e até os mais luxuosos Baía Negra e Mariscal Francisco Solano Lopes já na época com casco de metal eram as únicas formas inclusive de comércio na região do Chaco Paraguaio. Panificados como a galleta, coquito e a farinha de trigo pura era distribuido somente por estes barcos na região ribeirinha do Rio Paraguai. História com riqueza de tradição para receber as embarcações tão esperadas nos dias marcados da época