Simone Tebet destaca papel do planejamento para o desenvolvimento com justiça social

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Na posse dos novos Analistas de Planejamento e Orçamento, ministra lembrou que o mundo vive um momento sem precedentes e que o trabalho dos novos servidores se torna mais relevante nesse cenário.

Foto: Ministério do Planejamento divulgação

A Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou nesta quarta-feira (21/5) os desafios do mundo contemporâneo e a importância do planejamento estratégico como instrumento essencial para garantir desenvolvimento, justiça social e responsabilidade fiscal no Brasil. “Se nós estamos vivendo num mundo sem precedentes, nós estamos vivendo num mundo onde nós não podemos nos pautar pelas regras que já estão estabelecidas. Isso faz toda a diferença”, afirmou Tebet, na cerimônia de posse dos novos Analistas de Planejamento e Orçamento (APOs) do Ministério, em Brasília. Segundo ela, as transformações tecnológicas e os desafios geopolíticos impõem novos paradigmas à gestão pública e é justamente nesse cenário de incertezas que o trabalho dos novos analistas se torna ainda mais relevante.

A cerimônia marca a posse dos analistas aprovados no concurso público realizado em 2024 e nomeados no mês de maio de 2025. O secretário-executivo do MPO, Gustavo Guimarães, destacou a importância do momento e o papel estratégico da carreira. “Praticamente todas as políticas públicas vão passar por vocês. É um ministério em que vocês vão trabalhar com todo tipo de desafio que o país tem pela frente”, afirmou.

Foto: Ministério do Planejamento divulgação

O secretário de Orçamento Federal, Clayton Luiz Montes, também ressaltou a relevância da chegada dos novos analistas para fortalecer a carreira, que hoje conta com cerca de 500 servidores ativos. Montes, que é APO desde 1998, lembrou que os recém-empossados terão a oportunidade de atuar diretamente na formulação de políticas públicas e na melhoria da qualidade do gasto, contribuindo para um país mais eficiente e equilibrado.

Em seu discurso a ministra Simone Tebet ressaltou que o Brasil precisa superar a falta de uma cultura de planejamento de longo prazo. “O problema é que o Brasil não tem cultura de planejar. Eu fui para os Estados Unidos, fui para a Europa e fui para a China. Todos esses países têm planejamento estratégico de longo prazo. O Brasil nunca teve isso”, afirmou.

Ela lembrou que uma das primeiras medidas do governo Lula, em 2023, foi a recriação do Ministério do Planejamento e Orçamento, justamente para corrigir esse déficit estrutural. “No momento que mais precisávamos de planejamento estratégico, nós não tínhamos um ministério e um ministro para mostrar o caminho. E por isso a população brasileira, que representa 3% da população mundial, foi responsável por 10% das mortes por Covid. Grande parte poderia ter sido evitada se tivéssemos uma bússola, uma carta náutica a dizer qual era o rumo, qual era o norte a seguir no Brasil. Essa carta náutica se chama planejamento”, enfatizou.

Ao se dirigir aos novos servidores, a ministra reforçou a necessidade de que planejamento e orçamento caminhem juntos. “Aqueles que estão atuando nas secretarias ligadas ao planejamento, não se esqueçam do orçamento. E aqueles que vão para a SOF, ligados ao orçamento, não se esqueçam do planejamento. Planejamento é uma peça do orçamento brasileiro”, frisou.

Simone Tebet também chamou atenção para a responsabilidade social dos analistas, especialmente no combate às desigualdades. “O foco principal é a justiça social. Mas não se faz justiça social se não cuidar do dinheiro público. Se gastarmos mais do que podemos, isso leva à mudança do câmbio, ao aumento do dólar, que impacta lá na ponta, na mesa, no alimento da população brasileira. Esta é a grande dificuldade que nós temos”, alertou.

Participação da sociedade

Tebet ressaltou ainda o protagonismo da população no processo de construção do Plano Plurianual (PPA) e do planejamento de longo prazo que o governo está elaborando. “Perguntamos à sociedade: o que vocês querem do Estado brasileiro? As pessoas perguntavam assim: onde está a criança, meu filho, adolescente e criança no orçamento brasileiro? Onde está a mulher? Onde está a igualdade racial? Onde estão os povos originários? Onde está a falta da sustentabilidade?”, relatou.

De acordo com a ministra, esse modelo de participação social será a base do primeiro planejamento de longo prazo do país. “Pela primeira vez na história desse país, nós vamos entregar um planejamento de longo prazo de 25 anos, ouvindo a sociedade brasileira”, anunciou. Citando o papa Leão XIV, a ministra afirmou que “não basta fazer coisas certas, é preciso fazê-las bem”. Para isso, segundo ela, bastam três elementos: amor, coragem e ética, no sentido mais amplo.

“Sejam éticos. Ser ético significa ser justo, acima de tudo. E, com isso, nós temos condições de cumprir a maior missão para o Brasil, que é achar os recursos necessários para direcionar para as políticas públicas”, incentivou. O objetivo é transformar o Brasil em um país onde se possa bater bater no peito e dizer que é um país que tem pobreza, mas não tem miséria. “É um país que alimenta o mundo, mas, antes de tudo, não deixa uma única criança dormir com fome”, defendeu Simone Tebet.

 

Confira a íntegra da posse dos Novos Analistas de Planejamento e Orçamento

 

 

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