UEMS realizará pesquisa sobre a dinâmica econômica em região de influência da Rota Bioceânica no Mato Grosso do Sul

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A pesquisa visa contribuir para o avanço de geotecnologias e para a geração de emprego e atração de investimentos para MS.

Na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, por meio da Consultoria da Divisão de Pesquisa da instituição, foi aprovada recentemente a promissora pesquisa intitulada “Rota Bioceânica e Especialização Produtiva no Oeste de Mato Grosso do Sul”, com o objetivo de analisar a dinâmica econômica de 23 municípios localizados na área de influência da Rota Bioceânica, no período de 2002 a 2022.

O estudo, que terá início em agosto de 2025 e se estenderá até julho de 2029, busca identificar padrões de especialização e localização produtiva na região, utilizando técnicas quantitativas e cartografia temática.

O Coordenador do Projeto, Professor Dr. Giovane Silveira da Silveira, que é docente efetivo do Curso de Ciências Econômicas da UEMS em Ponta Porã e também docente colaborador no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos (PPGDRS), destacou a importância de alinhar o rigor acadêmico com a aplicabilidade prática. “Queremos conectar ciência, políticas públicas e mercado, oferecendo à Academia e à Sociedade um diagnóstico robusto que possa orientar decisões estratégicas para o desenvolvimento da região”, afirma.

O que é a Rota Bioceânica?

A Rota Bioceânica é a proposta de um corredor logístico estratégico que conectará o Brasil a portos no Chile e no Peru, facilitando a exportação e importação de produtos para o continente asiático. No estado de Mato Grosso do Sul, a rota exercerá influência sobre uma região de grande potencial econômico, composta por municípios como Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Bela Vista e Porto Murtinho, entre outros.

Mapa/traçado do corredor bioceânico de capricórnio. Imagem: Rota Bioceânica

Essas cidades, que variam de polos urbanos consolidados a áreas fronteiriças e zonas rurais, apresentam características socioeconômicas e ambientais únicas, que serão detalhadamente analisadas pelo projeto.

A pesquisa

Conforme explica o professor Giovane, a pesquisa utilizará como base os microdados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que fornece informações sobre emprego formal por setor de atividade econômica, além de geodados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas informações serão processadas e representadas com o auxílio de ferramentas como Python, R e QGIS, permitindo a avaliação métrica e visual da concentração setorial, mudanças temporais e análises espaciais relacionadas à infraestrutura logística.

Dividido em duas fases principais, o projeto, nos primeiros anos, tem como foco as métricas de especialização produtiva, enquanto nos anos finais, a prioridade será a análise locacional da região. Ao longo de todo o período, serão produzidos mapas temáticos que ligarão a especialização econômica com a logística, oferecendo um diagnóstico inédito sobre potencialidades, fragilidades e oportunidades para investimentos públicos e privados.

Os resultados da pesquisa devem contribuir significativamente para o avanço metodológico na integração de geotecnologias, além de fornecer subsídios para a geração de emprego e atração de investimentos.

O estudo também servirá como base para a formulação de políticas públicas, posicionando a área de influência da Rota Bioceânica como um eixo central de desenvolvimento regional.

Entre os impactos esperados, destacam-se a identificação de clusters produtivos, como aqueles relacionados à agropecuária em áreas férteis, e o diagnóstico de vulnerabilidades, como a dependência setorial. A pesquisa também abordará temas como a integração produtiva entre o Brasil e a China.

Área de influência da Rota Bioceânica

O recorte espacial dos 23 municípios que compõem a área de influência da Rota Bioceânica no oeste de Mato Grosso do Sul incluem Antônio João, Aquidauana, Anastácio, Bandeirantes, Bela Vista, Bonito, Campo Grande, Caracol, Dois Irmãos do Buriti, Dourados, Guia Lopes da Laguna, Itaporã, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Nioaque, Nova Alvorada, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Sidrolândia e Terenos.

Essas localidades representam uma diversidade de realidades econômicas, desde áreas agrícolas e industriais até centros urbanos consolidados.

Com a conclusão prevista para 2029, “o projeto promete ser um marco no entendimento das dinâmicas econômicas e produtivas da região, contribuindo para o fortalecimento da Rota Bioceânica como um vetor de desenvolvimento sustentável e integrado”, conclui Giovane.

 

Fonte: UEMS | Gisleine Rodrigues

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