Integração Sul-americana e recursos para investimentos sustentáveis estão entre os temas que serão defendidos pelo Brasil no encontro, que ocorre entre os dias 27 e 29 de março.

A Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, cumpre agenda em Santiago, capital do Chile, do dia 27 a 29 de março, onde representa o Brasil na Reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e do BID Invest, braço privado do Banco.
A ministra é Governadora do país nesta Instituição e irá defender na reunião incremento na alocação de recursos para integração regional e para iniciativas de resiliência climática e projetos de sustentabilidade. A carteira do Banco no Brasil é de US$ 16 bilhões, com 123 operações, é a maior carteira entre os Banco de Desenvolvimento que atuam no país.
Paralelo aos compromissos da Reunião Anual do Banco, a ministra, acompanhada do secretário de Articulação Institucional, João Villaverde e da secretária interina de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO, Viviane Vecchi, realiza reuniões bilaterais com autoridades da região e participa de encontro na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal.
As agendas dialogam diretamente com o projeto do Ministério do Planejamento e Orçamento das Rotas de Integração Sul-Americana.
Uma política original, fruto de um esforço de escuta do Ministério junto aos Estados brasileiros de fronteira, aos países sul americanos e ao próprio governo federal.
“Precisamos comercializar mais bens e serviços produzidos aqui, na América do Sul, tal como fazem os europeus, os asiáticos e os norte americanos. Com as rotas, desenhadas de forma multimodal e envolvendo todos os países de nosso continente, temos a chance real de trazer mais empregos, mais renda e mais oportunidades de negócios”, defende a ministra.
Este desenvolvimento regional pode — e deve —, segundo Tebet, ser ampliado com os recursos das instituições multilaterais, como o Fonplata, o BID, a CAF, o NDB, o BNDES e o Banco Mundial. E entre os temas de destaque para o Brasil que serão abordados no encontro do BID está a pauta da integração da América do Sul, com o lançamento da iniciativa do BID “Conexão Sul”. O programa será ancorado em três pilares (Infraestrutura física e digital; comércio; e convergência regulatória) e buscará enfrentar os principais desafios para integração da região, mobilizando recursos e oferecendo cooperação técnica e conhecimento.
Outro tema relevante para o Brasil que será discutido na Reunião Anual são os investimentos direcionados para ações de sustentabilidade e resiliência climática como “Amazônia Sempre”, projeto do BID para proteção e desenvolvimento da região amazônica. O encontro sobre este tema, que irá ocorrer no sábado (29/3), discutirá avanços desde a última reunião, planos de ação futuros e o projeto no contexto da COP30. O Brasil também irá reforçar nos espaços de intervenção ao longo do evento a importância da mobilização de recursos privados para enfrentar os maiores desafios da América do Sul, especialmente em infraestrutura, resiliência e desastres naturais.
Reuniões Bilaterais
Paralelo a programação da Reunião do BID, a ministra Simone Tebet realiza reuniões bilaterais com autoridades da região para tratar da integração regional. Estão previstos encontros com o Ministro de Economia e Finanças do Uruguai, Gabriel Oddone, o Ministro da Economia do Chile, Nicolás Grau e a Ministra de Obras Públicas do Chile, Jessica López. A ministra também discutirá o tema com a presidente do banco multilateral de desenvolvimento, Fonplata, Luciana Botafogo.Tebet também irá à Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, onde será recebida pelo Secretário Executivo, José Manuel Salazar-Xirinachs.
Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID foi fundado em 1959 com objetivo de promover o desenvolvimento nos 26 países mutuários na América Latina e no Caribe. A instituição fornece apoio financeiro e técnico a governos nacionais e subnacionais na região. O BID é dirigido pela Assembléia de Governadores. Cada país membro designa um Governador, cujo poder de voto é proporcional ao capital subscrito ao Banco pelo país. A Diretoria Executiva é responsável pela gestão das operações do Banco. Atualmente o BID tem como presidente o brasileiro Ilan Goldfajn, que atua como representante legal da instituição e chefe da equipe de gerentes.
Nesta Assembleia Anual, a administração deve apresentar o andamento da nova estratégia do banco, aprovada em 2024, no sentido de avançar com maior seletividade, sinergia e com uma abordagem programática, na implementação de uma agenda que reflita as prioridades da região e de todos os seus membros, como a integração regional, a melhoria do ambiente de negócios, a sustentabilidade e a redução das desigualdades.
Também será apresentado o andamento do novo modelo de negócios aprovado no ano passado para o BID Invest, que deverá tomar mais risco para aumentar as oportunidades de investimento privado, inclusive em atividades de alto impacto social como a descarbonização da economia, a conservação e restauração ambiental e a eficiência energética. O objetivo é mobilizar mais capital privado para essas áreas (USD 110 bilhões em dez anos).
Países membros mutuários
O BID tem 26 países membros mutuários, todos localizados na América Latina e no Caribe. Juntos, eles possuem o capital disponível e têm pouco mais de 50% do poder de voto. Desde o Nono Aumento Geral de Capital do BID (BID-9), em 2010, o Banco aloca pelo menos 35% de suas aprovações anuais de empréstimos a países classificados como pequenos e vulneráveis. Esses países incluem as Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Suriname, Trinidad e Tobago, e Uruguai. Também são países membros mutuários: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela.
Países membros não mutuários
A adesão ao BID torna possível aos países não mutuários contar com nossa instituição como um meio de canalizar seus recursos e esforços para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe. Assim, eles podem estender seu alcance a um maior número de países beneficiários e maximizar o impacto das iniciativas, complementando os programas bilaterais.
Dos 48 países membros do BID, 22 são países não-mutuários. Os países não mutuários fornecem capital e seu poder de voto na Assembléia de Governadores e a Diretoria Executiva é proporcional ao seu capital subscrito. Os países não mutuários do BID são Canadá, China, Israel, Japão, Coréia, Estados Unidos e 16 países europeus: Áustria, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.
Fonte: Ministério do Planejamento e Orçamento