A melhoria das condições de navegabilidade do Rio Paraguai está favorecendo a retomada dos embarques de minério de ferro para exportação nos portos de Porto Esperança e Ladário.
O impacto positivo do aumento do nível do Rio Paraguai para a logística do setor mineral sul-mato-grossense é comemorado pela mineradora LHG Mining. “Mesmo com os desafios impostos pela escassez hídrica, conseguimos dar continuidade às exportações. Nossa projeção é superar 200 mil toneladas de minério de ferro exportadas até o final do ano. Isso garante não apenas a continuidade da nossa operação, mas também a preservação dos empregos locais, beneficiando as economias de Corumbá, Ladário e de todo o estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou Rodrigo Dutra, diretor de Sustentabilidade e Meio Ambiente da LHG.
A empresa realizou embarque expressivo de minério de ferro no Porto da Granel Química, localizado em Ladário. A operação envolveu o carregamento de 12 barcaças, cada uma operando a 65% de sua capacidade total. Além desse carregamento inicial, outras barcaças também partiram do Porto de Ladário, somando aproximadamente 40 mil toneladas de minério de ferro com alto teor de pureza. O material segue pelo Rio Paraguai até o Porto de Nueva Palmira, no Uruguai. Também está previsto que mineradoras situadas no Maciço do Urucum, como a Vetorial e 3A Mining, intensifiquem suas operações de exportação nos terminais portuários da região.
De acordo com o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a melhora nas condições de navegabilidade do Rio Paraguai favorece a retomada dos embarques de minério. “Essa operação é fundamental para fortalecer o setor mineral em Mato Grosso do Sul, gerando empregos, dinamizando a economia regional e consolidando nossa participação no mercado internacional. Reforça ainda o equilíbrio entre sustentabilidade e desenvolvimento econômico, essenciais para o futuro da indústria mineral no Brasil”, afirmou.
A hidrovia do Rio Paraguai apresenta duas seções: o Tramo Sul, que se estende da foz do Rio Apa até o município de Corumbá e o Tramo Norte, que conecta Corumbá a Cáceres (MT). O Tramo Sul, por suas condições favoráveis de profundidade e largura, comporta comboios comerciais de grande porte com dimensões médias de 290 metros de comprimento, 48 metros de largura e calado de 2,7 metros, alcançando capacidade de carga de até 24 mil toneladas. Em contraste, o Tramo Norte apresenta maior complexidade logística devido à presença de assoreamentos, ilhas fluviais e sinuosidades no percurso, limitando o porte das embarcações.
O coordenador de Mineração e Gás da Semadesc, Eduardo Pereira, destacou que a retomada dos embarques via hidrovia é um marco relevante para o setor mineral do estado. “A melhoria na navegabilidade impulsiona não apenas as operações das mineradoras, mas também fortalece Mato Grosso do Sul como polo logístico para exportação de commodities, posicionando o estado estrategicamente no cenário internacional de minério de ferro”, afirmou.
Na avaliação do secretário Jaime Verruck, “o atual cenário de retomada das exportações de minério e a utilização eficiente da hidrovia do Rio Paraguai reforçam o papel de Mato Grosso do Sul como um dos principais protagonistas do setor mineral brasileiro, unindo desenvolvimento econômico à preservação ambiental”, finalizou o titular da Semadesc.
Fonte: Semadesc-MS|Marcelo Armôa