Lula viaja ao Chile para tratar de temas como integração, comércio e turismo

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Agenda internacional nos dias 5 e 6 de agosto marca lançamento de nova etapa da relação entre os dois países, com previsão de assinatura de 17 acordos.

Foto: Fabiola Testi/Secom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz visita oficial ao Chile nos dias 5 e 6 de agosto. A ocasião marca o lançamento de uma nova etapa da relação entre Brasil e Chile, com a previsão de assinatura de 17 acordos e tratativas sobre amplo leque de temas, representando uma expansão significativa da agenda bilateral. Lula e o presidente Gabriel Boric também discutirão temas importantes da agenda regional e internacional. A visita de Estado é um símbolo da reaproximação político-diplomática com o Brasil.

“Estamos querendo expandir a agenda bilateral para trabalhar no sentido de uma amizade sem limites, ou seja, que vai além dos temas econômicos e comerciais e caminha para temas como ciência e tecnologia, defesa da democracia e direitos humanos, inovação, educação e saúde. Temos uma agenda densa e que abrange vários aspectos e isso é importante”, destacou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), nesta quinta-feira, 1º de agosto, durante encontro com a imprensa.

A chegada do presidente Lula no Chile está prevista para domingo (4/8), às 20h (horário do Chile), sem programação oficial. Na segunda-feira (5/8), o primeiro compromisso será pela manhã, com uma oferenda floral – gesto habitual em visitas de Estado em Santiago – no monumento Libertador Bernardo O’Higgins.

Em seguida, Lula se encaminha para o Palácio de La Moneda, onde participa da fotografia oficial, reunião bilateral com o presidente Boric, cerimônia de assinatura de atos sucedida de declaração à imprensa e cerimônia de troca de condecorações, seguida por almoço oficial.

Encerradas as atividades no Palácio, Lula visita os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados do Chile, além da Corte Suprema. No fim da tarde, está prevista audiência com o CEO da Latam e com o secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), José Manuel Salazar-Xirinachs. Em seguida, o presidente participa do encerramento do Fórum Empresarial e de um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil em Santiago.

Na terça-feira (6), está prevista uma reunião do presidente Lula com a prefeita de Santiago, Irací Hassler, e com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos. A volta do presidente Lula para o Brasil está prevista para as 12h30.

RELAÇÕES BILATERAIS — As relações bilaterais entre os dois países foram estabelecidas há 180 anos, e o Brasil é o terceiro maior sócio comercial do Chile, com relação comercial de US$ 12,25 bilhões. “Nós exportamos basicamente petróleo, automóveis e carne, e importamos cobre, pescados e minérios. Então há espaço para diversificar. Uma boa notícia foi a recente conclusão da discussão sobre regras de origem do Acordo de Livre Comércio, que permitirá exatamente o aumento das exportações de automóveis que são relevantes para o lado brasileiro”, destacou a embaixadora Padovan, ao frisar que o Brasil também é o principal destino dos investimentos chilenos no mundo.

A visita ocorre em momento de marcada convergência em temas como a retomada do processo de integração da América do Sul, o fortalecimento da democracia e dos direitos humanos, o combate à pobreza e à desigualdade, e o enfrentamento da mudança do clima. Os dois países também compartilham posições similares sobre crises de paz e segurança em outras regiões e sobre o enfrentamento aos desafios do multilateralismo econômico e ambiental.

O Brasil é o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com quase 30% do estoque total, e é o principal investidor latino-americano no Chile. O Chile também se tem consolidado como o terceiro maior emissor de turistas para o Brasil, que, por sua vez, foi o segundo maior emissor de turistas para o Chile, em 2023.

ACORDOS PREVISTOS — Na área de turismo, está prevista a assinatura de um plano de ação para implementação do acordo de turismo entre os dois países. O plano de ação prevê uma série de iniciativas que buscam facilitar e estimular o fluxo turístico entre os dois países, intercâmbio de informações estatísticas turísticas, treinamento e assistência técnica entre os dois países e outras atividades.

Nos temas consulares, está previsto acordo para reconhecimento recíproco de Carteiras de Habilitação entre governos. Na área de comércio, há a previsão de assinatura de um termo aditivo ao Memorando de Entendimento sobre certificação de orgânicos.

“Esse termo aditivo vai incluir algumas categorias de produtos na aplicação do Memorando, que são produtos orgânicos de origem vegetal ou provenientes de um processo extrativo sustentável e os produtos de origem animal produzidos no Brasil e no Chile”, disse o ministro Carlos Cuenca, chefe da divisão de Argentina, Uruguai e Chile do Ministério das Relações Exteriores.

CORREDOR BIOCEÂNICO — Brasil e Chile são sócios, juntamente com o Paraguai e a Argentina, do Corredor Bioceânico que ligará o Centro Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile. A obra de infraestrutura do Corredor estará concluída em pouco tempo. Os países discutem, agora, como garantir que os serviços fronteiriços e logísticos sejam ágeis e modernos, assegurando a eficiência desse empreendimento, que criará importantes oportunidades para as economias exportadoras de nossos países. Os portos chilenos desempenharão parte central na logística de exportação para mercados do Pacífico.

É uma obra importantíssima para o escoamento das nossas exportações. É o corredor de Capricórnio, que está quase finalizado. E já estamos começando a conversar sobre as aduanas, porque isso vai servir para escoar, da mesma maneira que outros corredores, nossas exportações do Centro-Oeste, de commodities, para a China, com uma economia significativa. Sem contar o desenvolvimento do próprio corredor. Ou seja, ao existir uma estrada, tem posto de gasolina, restaurante, então você vai criando um movimento ao longo da própria estrada”, finalizou a embaixadora Gisela.

 

Fonte: Agência Gov|Planalto

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