Integração regional tem potencial semelhante ao da reforma tributária para o crescimento do PIB, diz Tebet em evento da Fiesp

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A ministra destacou o impacto comercial das rotas; empresários fizeram perguntas e falaram das oportunidades do projeto.

Reunião com empresários de São Paulo, na Fiesp. Foto: Ayrton Vignola / Fiesp

Integração Sul-Americana, a partir de 2030, podem provocar um crescimento do PIB, semelhante ao efeito da reforma tributária, estimou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta sexta-feira (16/8). Explicando que ainda não foi feito um estudo econômico do impacto, Tebet disse que acredita que ele pode se aproximar de 1% do PIB.

“Eu ouso dizer que temos quase um Reforma Tributária, com a Integração Regional, em termos de crescimento de PIB”, afirmou Tebet. O encontro ocorreu durante a reunião conjunta dos Conselhos Superior de Economia (COSEC), de Comércio Exterior (COSCEX), de Infraestrutura (COINFRA) e da Indústria da Construção (CONSIC), da FIESP.

Em sua fala, a ministra destacou o aumento de transações comerciais com a China nas últimas duas décadas, uma das razões que torna importante a abertura de novas rotas comerciais pelo oceano Pacífico e a estruturação das Rotas de Integração Sul-Americana. Tebet apresentou o projeto das cinco rotas de integração, destacando as principais obras e prazos de conclusão. Parte das rotas tem previsão de entrega já em 2026. “Com a conclusão das rotas, podemos reduzir em até 10 mil quilômetros, e três semanas, o transporte dos nossos produtos para a Ásia”, destacou.

Ao todo, o projeto descreve 190 obras de infraestrutura no Brasil, todas já incluídas no Novo PAC, sem a necessidade de novos aportes orçamentários e financeiros. Além disso, A ministra explicou ao grupo de empresários que o projeto conta com uma carta de financiamento de US$ 10 bilhões, cedido pelos bancos de desenvolvimento, dos quais o BNDES disponibiliza US$ 3 bilhões para projetos internos, apresentados por estados e municípios brasileiros.

Interesse dos empresários e meta fiscal

Após a apresentação, os empresários fizeram uma série de perguntas à ministra ligadas ao funcionamento das rotas, oportunidades, mudanças alfandegárias, novos acordos comerciais dentre outros pontos.

Eles apontaram que o projeto é uma oportunidade para aumentar a competitividade da produção brasileira. Jackson Schneider, presidente do Coscex, classificou as rotas como uma “ousadia planejada”, ressaltando que elas carregam uma profunda conotação geopolítica e respondem a mudanças sociais e econômicas em curso no país.

José Di Bella Filho, conselheiro do Coinfra, avaliou que o projeto trará ganhos para a economia brasileira. Ele ressaltou que, ao criar alternativas de transporte para escoar a produção brasileira, a integração promoverá um aumento de concorrência ao reduzir o custo de frete. “Gostamos muito do que ouvimos”, resumiu.

A ministra foi questionada também sobre a responsabilidade fiscal e ressaltou o trabalho de revisão de gastos. “Estamos dando pequenos grandes passos que serão refletidos lá na frente com a avaliação e o monitoramento das políticas públicas”. Para Tebet, a revisão e a qualidade do gasto público contribuirão para o resultado fiscal do país. “Estamos muito seguros de que vamos cumprir a meta fiscal para este ano e para 2025”, afirmou a ministra.

 

Fonte: Ministério do Planejamento e Orçamento

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