A distância no comércio brasileiro com a Ásia pode ser reduzido entre 7 mil e 10 mil quilômetros com o projeto, lembrou a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou hoje, aos parlamentares e representantes estaduais presentes ao 1º Fórum de Deputadas e Deputados Estaduais da Amazônia Legal, o projeto das 5 Rotas de Integração Sul-Americana, com foco nas rotas Ilha das Guianas, Amazônica e Quadrante Rondon, que beneficiam os nove Estados da Amazônia Legal brasileira e também conectam o Brasil aos outros países em cujo território a floresta está localizada. “Esse é um projeto de país, um projeto de Estado”, disse ela.
Laerte Gomes, presidente do Parlamento Amazônico, abriu o evento e lembrou que todos amazônidas sabem que tem a responsabilidade de manter a floresta em pé, mas é preciso parceria com o Congresso Nacional e o Governo Federal para cumprir essa missão, e disse que ela precisa vir junto com uma parceria para desenvolvimento e qualidade de vida para a população da região.
A ministra lembrou que ela também vem de um Estado de fronteira e ouve falar da integração da América do Sul e da América Latina há pelos menos 35 anos. Mas o que parecia sonho no passado, se tornou uma realidade possível diante das transformações econômicas dos últimos anos. Ela ponderou que nenhuma das cinco rotas é mais importante que outra. “Uma fortalece a outra; e faz o Brasil do Sul olhar para o Sudeste, para o Norte, para o Nordeste e o Centro-Oeste, e vice-versa.
O desenho das rotas, contou, foi feito após delegação dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio de 2023, e a partir da conversa ativa com todos os 11 Estados de fronteira para entender o que cada um considerava importante para se integrar com os países vizinhos. “Estamos falando de emprego, renda, exportação, de levar indústria que não polui; estamos falando de sustentabilidade com comida na mesa de cada amazônida”, disse ela.
Tebet apresentou as três rotas que mais impactam a região amazônica e explicou que a maioria das obras necessárias são simples e por isso já a partir de 2026 alguns trechos podem estar funcionado. Uma exceção, explicou, é a ponte entre Guajará-Mirim , Rondônia, e Guayaramerín, na Bolívia , que já está prevista no PAC, mas pela distância é uma obra de grande porte.
Tebet explicou que todas as obras no Brasil já estão previstas no orçamento e, portanto, esses recursos necessários para sua execução ao longo dos próximos três a quatro anos, estão garantidos, pois constam do orçamento brasileiro. Ela também lembrou que o projeto também conta com uma carteira de financiamento de US$ 7 bilhões para financiar obras nos demais países, bancada por bancos regionais de desenvolvimento e o BNDES colocou mais U$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) para obras no Brasil.
“As rotas vão integrar o Brasil com países da América do Sul, mas também farão nossa produção chegar de forma mais rápida e mais competitiva na China e nos mercados da Ásia”, disse Tebet. Segundo a ministra, as saídas para o Pacífico podem reduzir entre sete e dez mil quilômetros a distância no comércio brasileiro com a Ásia.
Tebet lembrou que hoje os Estados de fronteira concentram a produção agropecuária do país e por isso a abertura de alternativas de escoamento da produção pelo Pacífico vai aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. Mas além disso, disse a ministra, as rotas vão estimular a produção local de cooperativas e agroindústrias, ajudando a gerar emprego e renda com um modelo de desenvolvimento que mantenha a floresta de pé. “Um modelo de desenvolvimento nas regiões de fronteira, que combate a desigualdade e a miséria está aqui, na palma da nossa mão”, encerrou Tebet.
O ministro das cidades, Jader Barbalho Filho, apresentou outros investimentos do governo federal que estão sendo feitos nos nove Estados da Amazônia Legal, como R$ 2 bilhões do PAC seleções (concentrado em municípios) e R$ 7 bilhões na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida.
Fonte: Agência Gov
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