Plano Safra vai incentivar diversificação agrícola nos estados, diz Haddad

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Intenção é evitar concentração de culturas em poucas regiões e reduzir o impacto de perdas localizadas de safra. Além de prevenir variação no preço dos alimentos.

Haddad: estratégia é reduzir impacto de perdas de safra em razão de eventos climáticos extremos. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O próximo Plano Safra vai incentivar a diversificação da produção agrícola nos estados para evitar que o mercado nacional fique dependente de produtos de uma só região.

A intenção é evitar o que ocorre atualmente com o arroz que tem cerca de 70% da produção concentrada no Rio Grande do Sul e terá perdas em razão do alto volume de chuvas.

A proposta foi detalhada nesta quarta-feira (8/5), pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“No próximo Plano Safra vamos criar um mecanismo de fazer com que os estados diversifiquem um pouco sua produção. Em vez de um estado produzir só arroz e milho, ele vai ampliar um pouco seu cardápio de culturas. E as culturas têm que ser diversificadas pelo País respeitando o solo e o clima”, disse Haddad. “O Brasil é tão grande que se acontecer um problema em um estado, a produção dos outros compensa”, acrescentou.

O ministro afirmou que outra estratégia para reduzir o impacto de perdas de safra em razão de eventos climáticos extremos é retomar a capacidade de armazenamento para manter estoque reguladores. Segundo ele, no governo anterior não houve investimento em armazéns o que resultou na perda da capacidade de armazenamento.

“A produção ia subindo, subindo, e os armazéns estagnados. Acabaram com o crédito para produção de armazém no Brasil. Só no último Plano Safa que se reativou o crédito para produção de armazém. Não se tinha uma visão estratégica de como lidar com as culturas, mas isso tudo está sendo recuperado”, disse.

A formação de estoques públicos de alimentos tem como objetivo garantir o preço e a renda do produtor, bem como regular o abastecimento interno, para atenuar as oscilações de preço.

Importação de arroz

Fernando Haddad avaliou que é importante ter as medidas de planejamento porque nem sempre a importação é a solução para compensar a falta de um produto, em razão dos preços no mercado internacional.

Ao ser questionado sobre a importação de arroz devido as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, o ministro respondeu que essa é uma questão tratada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária seguindo determinação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O que o Presidente disse é que qualquer possibilidade que esteja a mão para atenuar esse problema, ela tem que se acionada”.

Nesta terça-feira (7/5), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, informou que o Governo Federal prepara uma Medida Provisória para liberar a importação de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o ministro, o objetivo é evitar especulação com o preço do produto. “Já está sendo preparada uma Medida Provisória autorizando a Conab a fazer compra na ordem de 1 milhão de toneladas. Já deixei isso muito claro com os produtores hoje, com os sindicatos, com a federação da agricultura: não é concorrer. Neste momento, é para evitar especulação com o arroz, até porque os produtores já têm para suprir a demanda nacional, porém, têm dificuldade logística. Com a dificuldade logística para abastecer, vem a especulação”, explicou Fávaro.

 

 

Fonte: Agência Gov | Yara Aquino | Edição: Paulo Donizetti de Souza

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