Reuniões com sete ministros da América do Sul marcam nova fase do projeto das Rotas da Integração

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A segunda fase do projeto de Integração Sul-Americana ganhou forte impulso durante a Assembleia Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que termina nesse domingo, em Punta Cana, da República Dominicana.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e a delegação brasileira apresentaram e debateram as cinco rotas de integração em reuniões bilaterais ou trilaterais com sete ministros da região (Argentina, Peru, Equador, Colômbia, Uruguai, Chile e Paraguai), com os presidentes dos bancos de desenvolvimento regional (BID e CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe), além de representantes da Agência de Desenvolvimento da Suécia (SIDA) e de outros países, entre eles Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Coreia e Espanha.

“Esses encontros marcam o aprofundamento do diálogo do Brasil com nossos parceiros da região. Cada um deles com as rotas que fazem mais sentido para o desenvolvimento da sua economia e gere mais qualidade de vida para a população dos seu país, demonstraram muito interesse no projeto. Ouvimos, debatemos, e agora vamos intensificar as visitas aos países e pontos importantes das rotas, como faremos nesta segunda-feira, na visita ao Porto de Chancay que está sendo construído no Peru”, disse a ministra Tebet.

“Para o Brasil, um comércio maior, mais ágil, com a redução do tempo de comércio com a Asia, significa mais emprego, mais renda, mais comida na mesa dos brasileiros”, Tebet.

Nos encontros também ficou evidente, disse Tebet, a importância do suporte financeiro que organizado pelo Brasil e os bancos regionais de desenvolvimento para a execução das rotas de integração nos demais países da América do Sul. São US$ 10 bilhões para o projeto de integração, sendo US$ 7,5 bilhões de BID, CAF e Fonplata para a região e US$ 2,5 bilhões do BNDES para obras no Brasil. Nas bilaterais, a ministra esteve acompanhada da secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento (SEAID), Renata Amaral, e o secretário de Articulação Institucional, João Villaverde.

O ministro da Fazenda da Colômbia, Ricardo Bonilla, disse, na reunião bilateral, que seu país tem como prioridade a revitalização da rodovia panamericana na Colômbia, pois essa estrada está em ótimo estado no Equador e no Peru, mas necessita de investimento no seu país. “Queremos nos integrar na rota 2 do MPO a partir da revitalização dessa rodovia”, disse ele, mencionando também ou uma ligação fluvial vinda do norte da Colômbia para chegar ao Solimões. Em abril, os ministros devem se reencontrar durante a visita do presidente Luiz Inacio Lula da Silva à Colômbia.

Na sequência o encontro bilateral foi com a delegação da Argentina. Tebet lembrou que a Argentina é um parceiro estratégico, sendo o terceiro principal destino dos produtos brasileiros. O ministro da Economia argentino, Luiz Caputo, que desde fevereiro também incorporou a pasta de Infraestrutura, demonstrou muito interesse na Rota 4 (que passa pelo Norte de seu país) e pela Rota 5, (Rio Grande do Sul, no Brasil, Uruguai e Argentina), mas relatou a precariedade geral da infraestrutura argentina. Ele reforçou o diagnóstico que a equipe do MPO já fez de que a Rota 5, ao contrário das demais, já existe, mas precisa ser fortemente modernizada e revigorada.

Tebet e sua equipe também mantiveram encontros específicos sobre as rotas com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, que citou as rotas de integração como uma prioridade em seu discurso perante todos os governadores do BID; com Sérgio Diaz-Granados, presidente da CAF; e Luciana Botafogo, do Fonplata. Para Amaral, o apoio financeiro de US$ 10 bilhões que os bancos regionais de desenvolvimento separaram para apoiar os projetos de integração da infraestrutura sul-americana, serão fundamentais para fazer essa agenda de integração na América do Sul avançar, pois muitos ministros ressaltaram a importância desse suporte para darem andamento às obras e também para o desenho dos projetos.

“As Rotas de União, elaboradas pelo MPO, entraram na agenda de trabalho dos ministros de Finanças sul americana e dos três bancos multilaterais de nossa região: BID, CAF e Fonplata.

 

As reuniões que realizamos junto da ministra Simone Tebet com os ministros de seis países vizinhos e com os bancos foram todas baseadas nos esforços conjuntos para estruturação de projetos e para financiamento das ações de infraestrutura relacionadas as cinco rotas de integração entre o Brasil e a região”, afirmou a secretária Renata Amaral.

A terceira bilateral da América do Sul foi com o Equador. “A rota Manta-Manaus é simplesmente fundamental para nosso país. O porto de Manta pode ser o motor de desenvolvimento para o Brasil e os demais países da região”, disse o ministro de Economia e Finanças, Juan Carlos Vega. Ele também ressaltou o intercâmbio comercial entre os dois países e a oportunidade de financiamento para exportações de bens de capital do Brasil, especialmente máquinas agrícolas e para construção.

O ministro de Finanças e Economia do Peru, José Arista Arbildo, além de mostrar entusiasmo pela Rota 3 (com múltiplas saídas do Brasil, via Acre e Rondônia pelo Peru, e Mato Grosso, via Bolívia). mencionou também uma saída hidroviária pela Rota 2, que também pode desembocar no Porto de Pucalpa, no norte do Peru, mas estimulou muito o Porto de Chancay, que está sendo construído pela iniciativa privada e pretende reduzir para cerca de 15 dias o tempo de transporte de mercadorias entre o continente sul-americano e a Ásia. No final da tarde de sábado, ocorreram as bilaterais com a ministra da Economia do Uruguai, Azucena Arbeleche; com o ministro da Fazenda do Chile, Mário Marcel.

Tebet e a delegação do MPO ponderaram que a integração visa não apenas o comércio, mas também o turismo, integração energética, entre outras. “Temos tudo para consumir mais entre nós”, disse Tebet, na conversa com o Uruguai.

A ministra Azucena destacou a importância do comércio intrarregional entre os países do Mercosul e destacou que os países precisam trabalhar juntos em ações de aduana e desembaraço das mercadorias. Com o Chile, Tebet reforçou que, com a integração, os portos do Chile passarão a ser importante s pontos para o escoamento da produção do Centro-Oeste brasileiro, pois será possível encurtar em até em até sete mil quilômetros ou 20 dias o comércio com a Ásia.

CONHEÇA AS CINCO ROTAS

1) Rota da Ilha das Guianas, que inclui integralmente os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela;
2) Rota Multimodal Manta-Manaus, contemplando inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada principalmente por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;
3) Rota do Quadrante Rondon, formado pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru;
4) Rota de Capricórnio, desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile; e
5) Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile.

 

Fonte: Ministério do Planejamento e Orçamento

 

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