Elevar a navegação pela hidrovia Paraguai, que neste ano já superou os 4 milhões de toneladas em produtos, de forma segura e com qualidade.
A meta foi destacada pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck, que foi um dos palestrantes do “Circuito Nacional dos Diálogos Hidroviáveis” realizado no Sindicato Rural de Corumbá. Em painel que reuniu autoridades, empresários, especialistas em navegação da Marinha, ele falou sobre a importância da hidrovia do Paraguai para o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul.
O evento foi promovido nesta quinta (9) pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte – ADECON, em parceria com a Executiva e a Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura – FRENLOGI.
A ação tem abrangência Nacional e já percorreu este ano diversos municípios brasileiros, ao longo do ano, suscitando os debates em prol da superação das adversidades para a melhor utilização da Navegação Interior para o transporte de mercadorias e passageiros e o aumento da participação do Modal na Matriz de Transportes Brasileira.
Também participaram do evento o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho, o assessor especial de Logística da Semadesc, Lúcio Lagemann e o coordenador do MS Mineral Eduardo Pereira.
Durante o evento ele afirmou que o Governo do Estado deverá licitar entre dezembro e janeiro a concessão do terminal hidroviário de Porto Murtinho. “Em janeiro nós vamos a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) fazer a concessão de um porto público em Porto Murtinho. O terminal está parado e por isso vamos achar interessados no investimento”, citou Verruck.
Ele elencou os desafios de aumentar a capacidade de uso múltiplo da hidrovia. “Temos desafios que vão da liberação da licença por parte do Ibama para fazer a dragagem do rio até mesmo de certificação fitossanitária internacional. Além disso temos necessidade de ter mais portos e para isto já estamos trabalhando”, explicou.
Outro ponto enfatizado pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc, é a navegabilidade na Hidrovia do Rio Paraguai, que depende de ações de dragagem pelo governo federal, pois é uma situação emergencial. “O Novo PAC prevê R$ 95 milhões para custear a dragagem de três trechos do Rio Paraguai, entre Corumbá e Porto Murtinho, mas esse trabalho deve ser concentrado no Tramo Norte do Rio e precisamos também no Tramo Sul”, comenta.
Apoio do setor privado
O secretário destacou a importância de ajuda do investimento privado. “Em Porto Murtinho contamos com um porto que faz a movimentação e soja e conta com um estacionamento para 400 caminhões. Isso dá todo o suporte para as operações e mostra que para que possa ser viável é preciso ser um bolsão de coordenação. Precisamos ter um conjunto de investimentos extras hidrovia para que a gente possa ter a divisão, senão estes terminais não terão acesso”, pontuou.
A questão das águas e do meio ambiente foi citado pelo secretário como outro grande desafio. “Sabemos da grande sazonalidade da hidrovia em relação a navegabilidade. Temos além do fluxo de movimentação de cargas a questão do turismo de pesca que sai de Corumbá rumo ao Mato Grosso. Todo este setor depende do rio Paraguai e este movimento econômico local precisa de uma operação hidroviária segura e de qualidade”, afirmou.
Finalmente o secretário destacou o Plano Geral de Outorgas Hidroviário que foi aprovado no final do mês passado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Eles anunciaram a abertura de chamamento público voltado ao recebimento de estudos para o Rio Paraguai.
O plano hidroviário tem como principal objetivo aumentar a competitividade e o desenvolvimento do Brasil. O documento aprovado estabelece que a exploração das vias navegáveis ou potencialmente navegáveis será feita por meio de concessão ou por meio de licitação.
“O Governo do Estado continua sua estratégia da hidrovia olhando para a intermodalidade. A meta do Governo é pegar estes grandes eixos (rodovia, ferrovia e hidrovia) e melhorar as conexões. Para isto terá investimentos de mais de R$ 9 bilhões nos próximos anos. Temos que encarar de frente que não teremos uma solução perfeita a curto prazo na hidrovia, mas vamos fazer a dragagem e a sinalização, trabalhar a melhoria do Tramo norte iniciar o Tramo sul e ter conversa mais próxima com o Governo do Paraguai e da Bolívia”, sinalizou.
Os países vizinhos têm na hidrovia também seu grande canal de exportação. “O Governo de MS tem posição clara, que a hidrovia é um modal importante não só para o desenvolvimento do MS, mas para a Bolívia e Paraguai e são dois países fundamentais para fazer a coordenação internacional da hidrovia Paraguai-Paraná”, finalizou.
Fonte: Semadesc|Rosana Siqueira|Fotos: Gisele Ribeiro