Grupo de trabalho da Rota Bioceânica prepara estudos de logística e mercado

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Campo Grande (MS) – O encontro realizado na cidade argentina de Salta, nessa segunda e terça-feira (5 e 6.6), pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional da Rota de Integração Latinoamericana (Rila) fixou um prazo de 30 dias para que os países integrantes do Corredor Bioceânico (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) apresentem estudos sobre as condições atuais de infraestrutura dos 2.396 Km – Campo Grande-Chile – e cenários de mercado (cargas e interesses comerciais).

O mesmo prazo foi fixado para que os quatro países apresentem um cronograma de atividades necessárias para concluir a infraestrutura da rota rodoviária em direção ao Pacífico, que, em operação, reduzirá em 20% o valor do frete e encurtará o caminho, hoje feito pelo mar, em 60%. A rede universitária também participa desse esforço de integração comercial, social e acadêmico definindo ações de combate aos possíveis impactos com a abertura do trecho.

“O Brasil possui as estradas já preparadas e temos que concluir a participação na construção da ponte de concreto que unirá o Brasil ao Paraguai, em Porto Murtinho”, informa o secretário de Estado de Infraestrutura, Helianey Paulo Silva, que participou da sexta reunião do Grupo de Trabalho. O encontro em Salta, segundo ele, recomendou a elaboração de um plano de logística para o corredor, cujo levantamento mais apurado definirá todas as demandas.

Interesses comerciais
João Carlos Parkinson: confiança no projeto binacional. Foto: Sílvio Andrade

Também presente à reunião, representando o governo do Brasil, o coordenador de Assuntos Econômicos Latinoamericanos do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson, destacou os avanços na formatação das ações que exigem investimento financeiro e decisões políticas e reiterou sua confiança no projeto binacional. Ele disse que grandes grupos empresariais estão envolvidos na viabilização da rota, sobretudo nas questões aduaneiras.

”Com o apoio formalizado por essas empresas, os governos dos quatro países buscam criar uma maior coordenação entre as aduanas, para facilitar a tramitação das cargas, implantando soluções inteligentes e operacionalmente integradas”, explica Parkinson. Ele mostrou-se confiança, ao final da reunião, dizendo que as soluções de logística e aduana seguem no mesmo ritmo em que se começa a despertar os interesses comerciais no corredor.

Lançamento do asfalto

O governo do Paraguai anunciou oficialmente, na reunião em Salta, que no dia 21 de novembro o presidente do país, Horácio Cartes, assina a ordem de serviço para início das obras de pavimentação asfáltica de 300 Km da Rodovia Transchaco – de Carmelo Peralta, ao lado de Porto Murtinho, à fronteira com a Argentina. Até o fim do ano deverá ser licitada a segunda e última etapa do único trecho sem asfalto da rota, de 332 Km.

Rodovia Transchaco, que liga as fronteiras do Paraguai com MS e Argentina. Foto: Paulo Cruz

A cerimônia do ato presidencial ocorrerá na abertura da sétima reunião do Grupo de Trabalho Interinstitucional da Rota de Integração Latinoamericana (Rila), em Assunção. Nesse encontro, segundo João Carlos Parkinson, Brasil e Paraguai deverão apresentar um cronograma final do projeto de construção da ponte binacional sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho. A conclusão do estudo de impacto ambiental, econômico e social está prevista para dezembro.

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